Realizador:
Luchino Visconti
Ano:
1972
Pais:
Itália
Duração:
235 min
Ludwig, um épico deslumbrante sobre o
lendário "rei louco" da Baviera, que entrou para a história por
construir os castelos mais lindos da Europa, e como o mecenas do compositor
Richard Wagner. No elenco, grandes interpretações de Helmut Berger e Romy Schneider,
revivendo o papel de Sissi.
Como se "O
Leopardo" e "Morte em Veneza" não bastassem para imortalizá-lo, Visconti quis fazer
um grande épico, um longo filme histórico onde pudesse exagerar no guarda-roupa,
nos cenários, nos actores. O filme retrata o reinado de Luís II desde a
coroação até ao suicídio do rei, um dia após ter sido deposto. Berger dá vida
ao sonho e à loucura. Ao longo das quase 4 horas que o filme dura, vemos Ludwig
transformar-se, vemo-lo esbanjar dinheiro nas óperas de Wagner, alhear-se dos
assuntos de Estado e mergulhar nos megalómanos projectos para a construção dos
seus famosos castelos.
Ludwig
vive num sonho em permanência? Persegue ele uma verdade invisível? A loucura
instala-se. Ludwig isola-se. Ei-lo em Neuschwanstein, onde as festas que são
quase orgias! Ele é o rei. Se-lo-á até ao fim, porque não poderá existir para
além disso. Quando Luitpold aceita ser príncipe-regente e Ludwig é deposto já
pouco há a fazer. O destino é a morte.
A 13 de Junho de 1886 Ludwig afoga-se no lago
Starnberg, perto de Munique, na companhia do seu psiquiatra. O filme foi também
uma espécie de fim para Visconti. Pouco tempo após as filmagens de Ludwig terminarem
sofreu um grave acidente vascular cerebral que o deixou parcialmente
paralisado. O fim estava próximo. Ludwig foi para ele um filme
doloroso. Como se quisesse o próprio Visconti entender o enigma desse rei
invadido pela loucura e incompreendido por todos. Ludwig não poderia existir
sem o trono. Ludwig existia para ser rei de um país inventado, nos seus
castelos de sonho, preenchidos por música e poesia, por delírios e fantasias.
Ludwig não era deste mundo e isso não é difícil de perceber.
Visceralmente misógino, Ludwig resistiu a
todos os projectos de casamento que lhe foram apresentados, apenas aceitando o
noivado com sua prima a princesa Sophie (Duquesa na Baviera) e irmã mais nova
da imperatriz Elisabeth (Sissi), mulher de Francisco José. Os esponsais foram
sucessivamente adiados, até que Ludwig decidiu cancelar o casamento pouco tempo
antes da data prevista para a sua realização. Sendo homossexual mas também
católico devoto, presume-se que na sua adolescência o rei se tenha satisfeito
com o convívio (social) de jovens, especialmente das classes populares, só
tendo passado a vias de facto numa idade já adulta.
nota: alguns excertos são de Gonçalo Figueiredo Augusto.
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